Nossa História
Os moradores organizaram-se em
diversas associações de bairro, praticamente desde o início da ocupação da região (anos 60/70). Era o
meio de se defender das ameaças de expulsão que pairavam sobre eles sem cessar.
A mais velha, a Sociedade Beneficente e Cultural do Bairro do Nordeste de
Amaralina, criada em 1952, guarda ainda os traços das associações dessa época,
isto é, desprovida de qualquer coloração política, desenvolvendo
preferencialmente ações de assistência social. Ela tem hoje um caráter de
associação privada e desenvolve atividades escolares.
Quando as ameaças de expulsão se
tornaram mais freqüentes e mais ostensivas, eles criaram em 1959 a Sociedade União e
Defesa dos Moradores do Nordeste de Amaralina (SUDMNA), a primeira que tinha
como objetivo proteger os moradores considerados invasores. Ela é hoje uma das
associações mais importantes do bairro. Em reação a duas dezenas de pessoas que
moravam na área há mais tempo, decidiram distinguir-se dessa categoria e, à sua
volta, criaram sua própria associação em 1960, a Sociedade Protetora
dos Posseiros de Ubaranas, cuja finalidade era “defender os posseiros dos
ataques dos proprietários, que os consideravam invasores e querem, dessa forma,
obriga-los a deixar o bairro”. De fato, o que distinguia os dois grupos era o
tempo de estabelecimento no bairro, onde os que se qualificavam de posseiros tinham
pago um tributo qualquer aos proprietários, quando de sua chegada.
A Sociedade Protetora dos Pescadores
foi relativamente ativa nos anos 60, época em que havia muitos pescadores no
Nordeste de Amaralina vindos de toda parte da cidade. Possuía a mesma
finalidade que as outras - a proteção da categoria de moradores contra as
ameaças de expulsão por parte dos
proprietários. Em 1960, é fundada uma associação de outro gênero. É a Sociedade
1.o de Maio, que organiza festividades, mantém uma orquestra filarmônica e uma
escola de samba. Esta sociedade contava, à época, com o maior número de
participantes.
No início dos anos 70, as associações
do Nordeste de Amaralina ficam quase que totalmente inativas. De um lado, a
intervenção municipal (1972/73), através
do decreto de expropriação de um terreno em favor dos moradores, tinha
contribuído para diminuir a tensão nas relações com os proprietários, e, de outro lado, a repressão policial estava em
plena atividade em todo o país.
A Associação de Moradores do Nordeste de Amaralina (AMNA) foi fundada em 1981 por iniciativa de membros de um partido de esquerda, de moradores mais velhos e de jovens ligados à igreja católica, no período da ditadura militar, quando muitas associações foram fechadas. Ela reúne 200 participantes e começa a atuar em abril de 1983. A Ascensão ao atual mandato deu=se com o apoio do Projeto UNI e do Fórum Comunitário de Combate à Violência (FCCV), com financiamentos da Fundação Kelloggs (1994). Desde o início a AMNA luta principalmente pela garantia da posse da terra para os moradores do bairro, e quando da construção da Avenida Vale das Pedrinhas, defendeu ativamente os moradores contra seu remanejamento para outros bairros mais afastados.
Desde a sua criação, desempenhou papel importante na conquista de muitas reivindicações para o bairro, como por exemplo as escadarias drenantes, que melhoraram o saneamento e diminuíram os lamaçais nas ruelas e encostas. Graças também à sua participação na mobilização comunitária, o bairro pôde beneficiar-se do Colégio Municipal Teodoro Sampaio (1985), do posto de saúde do Vale das Pedrinhas (1987), da implantação dos sinais de trânsitos tricolores na Av. Juracy Magalhães Jr. (1987) e de um posto policial no Beco da Cultura, com o apoio do FCCV (1997). Enfim, possibilitou a construção da pequena praça Ana Sirone (1990), no terminal de ônibus do Vale das Pedrinhas, financiada pela Fundação Kelloggs. A praça hoje é palco de diversos eventos culturais e políticos da AMNA. A Associação desenvolveu também ações visando melhorar a saúde dos moradores, entre outras, o Primeiro Encontro sobre a Saúde (1987), o Mercado da Saúde (1995) e o Seminário sobre a Violência como Problema de Saúde Pública (1997), em parceria com o projeto UNI. Participou também do projeto da UNESCO, Abrindo Espaço, em 2003, no Beco da Cultura.
De uma forma mais ampla, a AMNA desenvolveu diferentes atividades, como é o caso dos cursos de costura, alfabetização (em parceria com a Faculdade Ruy Barbosa), capoeira, informática, dança, teatro, manicure, com a finalidade de preparar os jovens para o mercado de trabalho e impedir que se marginalizem.
Venha somar sua força a nossa luta! Faça parte você também da AMNA!
Fonte: BREBION, Marie. Cidade do Oceano: da praia ao morro... iniciação de um processo de desencravamento & reconquista de uma identidade comunitária. 2005. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo). Escola de Arquitetura de Clemmond-ferrand.
Fonte:
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ResponderExcluirOlá, Boa tarde!!!
ResponderExcluirPrezados, meu nome é Léo Bahia,faço parte da universidade Federal da Bahia, e do grupo de pesquisa Lugar comum.
Estamos montando um site, chamado Observatório de Bairros em Salvador, para dar visibilidade aos bairros, e estamos buscando contribuições dos próprios moradores, para que eles seja voz ativa do processos, e digam o que o bairro tem de interessante para mostrar, e também quais são sua maiores dificuldades, até para uma possível intervenção futura no bairro por parte do poder público. Meu contato no facebook é Léo Bahia, Existe a possibilidade de nos encontrarmos para uma entrevista?
Grato desde já!!!